segunda-feira, 8 de março de 2010

FIM

...
O relacionamento é quando um está indo e o outro voltando, quando bem no meio deste caminho vocês se encontram é tudo tão perfeito pelo tamanho da surpresa do encontro, mas, depois da surpresa, um continua indo e o outro voltando. E não tem nada a ver com o tipo de cara que você escolhe ou com a idade, tem a ver com tudo aquilo que você deixa de ser porque um cara não quer uma namorada. Ele quer uma mãe pra cuidar das suas necessidades, um corpo nu na sua cama quando estiver insaciável, e uma planta ao lado quando ele não suportar a sua voz, não entender suas vontades, não se lembrar de todo o esforço que você fez escolhendo uma vida bem mais idiota e menos interessante só pra ficar do lado dele, beijando, abraçando e sentindo o perfume do cara por quem você se apaixonou.

[Cáh]

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

UM DIA...


Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas - se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso.

[Caio F. Abreu]

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

TEMPO



Talvez um dia te encontre, onde se fundem o céu e o mar.Naquele lugar onde o sol e a lua se beijam, a cada despertar, a cada anoitecer.
Lá, onde o sol e as estrelas trazem brilho ao olhar, onde nasce a esperança, onde se esconde a dor.
Ao longe, de onde espreitam os sonhos, de onde vêem as ilusões.
Nesse dia talvez te encontre naquele lugar, tão longe e tão perto, como as estrelas que não consigo alcançar. No lugar para onde vamos à procura do incerto.
Um dia, depois de um tempo, eu e tu... No outro lado do mar.

(Maktub)

domingo, 10 de janeiro de 2010

SEM PUDOR


Quero um amor
Sem pudor
Pervertido
Sem incógnita
Daqueles que atropela
Meus versos
Desafia meu corpo
Me fascina....
Um amor com gosto
Do pecado
Um amor só meu!

[ManyPallo]

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

MEMÓRIAS

Preciso de belezas que me distraiam e simplicidades que me completem. Quanto mais vivo mais sinto saudade. As memórias são traidoras, hoje felicidade, amanhã morte. Não sei bem onde piso, só sei que sinto ausência na distância. Fecho os olhos e os aperto. Tenho a estúpida esperança de que quando os abrir tudo estará passado, sem lembranças ou remorsos. A cada instante pensado sinto extremos incompreensíveis nascendo em mim. Peço que para sempre seja tudo menos agudo, mas reconheço que ferir-se é também crescer. Sobrevivo de tudo que permanece aceso dentro e fora de mim. Quero ocasionalmente intervalos de tempo comigo. Preciso me lembrar de me esquecer antes que seja tarde demais. Dar-me um tempo de paz antes que tudo vire caos. Um dia hei de querer menos. Um dia hei de querer-me e só, sem complementos ou podas. Que a verdadeira busca é interna, e a resposta também.

[Melina F.]

domingo, 3 de janeiro de 2010

BUSCA

Meu caminho é o mesmo, meu tempo é hoje e amanhã, juntos, sem remorsos. Falta em mim o que busco no mundo. Passam em mim todas as possibilidades de ganhos e perdas. Sei nem de mim nem do mundo, só sinto, só acho que passo perto da verdade: não há verdade. Sou de muitos sonhos e poucas palavras. Miro vidas, choro na minha solidão, aprecio o imaterial. Sou mulher no que faço e menina no medo que sinto. Não tenho ordem, só desordem. Conto minha história, paro, retrocedo. Em mim não há arrependimentos. De tudo espremo, de tudo aprecio, de tudo sofro. Já que hoje sou prisioneira de distâncias, vivo num mundo de pensamentos infinitos. De tanto que dizem, pouco ouço. Carreguei com ombros de inocência pesos de vidas gastas: sei de tanto assistir. Quero nunca deixar de ser inquieta. Minhas buscas vão além do que se enxerga, e o que sou também.

[Melina F.]

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

JANELA TRANSLÚCIDA

Sombras se escondem atrás do meu sorriso, eu mostro somente o que quero. Sou uma janela translúcida, deixo a luz passar por mim e compartilho-a com você, mas você não me vê. Não sou nítida, mas deixo tudo evidente. Mas isso é para quem sente e pesca no ar, pois as palavras enganam, as imagens também, como um cigarro relaxa, e mata também....
Posso ser tanta coisa, e sou. Doce ou amarga, submissa ou quem manda, posso lucilar ou ofuscar, dependo da lua, da temperatura, da demanda. Tenho meus dias de Deusa, tenho noites mal dormidas, mal comidas, noites de pesadelos, manhãs em que acordo e me olho no espelho, branca, com olheiras, descabelada, e me pergunto: Onde foi parar a Deusa da noite passada?
Ah meu bem, eu sou o que sou, mas finjo também. É preciso mistério e provocação, mostrar o que se deve e ocultar o que não. Sou uma mulher incomum sim, mas veja que o comum está contido no “in”. Há dias que serei cinza e em outros carmim. Hoje estou amarela, não me pergunte nada, sei que não gosto de meio termo, mas hoje estou assim, nem em casa, nem na rua, estou na janela.

[Carolina Salcides]